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A marca mais impressionante de Calvino, no seu comentário a 2 Coríntios, é a de pastor. Ele, com humildade e firmeza, se identifica com Paulo, tanto na agudeza dos espinhos, para maior experiência da graça que lhe bastava, quanto à alegria do triunfo a que Deus lhe conduzia para melhor exaltar a fragrância de Cristo. Os problemas enfrentados por Paulo em Corinto, quanto a rejeição pastoral, corrupção de costumes e desvios doutrinários, certamente são os mesmos que Calvino enfrentu em Genebra. Daí esta identificação sofredora e vitoriosa oferecer a este comentário uma nota singular e de maior eloquencia que o valoriza e o torna imprescindível ao estudioso da Bíblia.
“Quanto a mim, entendo que esta frase significa a soma de todos os diferentes tipos de provações com que Paulo era atormentado.” (Page 299)
“Paulo percebeu que alguns dentre os coríntios estavam usando suas aflições como pretexto a fim de tratá-lo com desprezo e se põe a corrigir seu erro,16 demonstrando-lhes, primeiramente, que deveriam pensar nele de forma mais digna, porquanto seus sofrimentos se lhes tornaram numa grande vantagem; e, em segundo lugar, ele os associa consigo, de modo que considerem suas aflições como se fossem deles mesmos.” (Pages 30–31)
“Este fato deu também aos hereges a chance de precipitar a igreja em desordem, pois quando foi aceita a prática de qualquer um interpretar qualquer passagem de qualquer31 maneira que desejasse, qualquer idéia maluca, não obstante absurda ou monstruosa, podia ser introduzida sob o pretexto de alegoria.” (Page 91)
“as riquezas do Espírito não devem ser guardadas somente para nós, mas cada um comunicar aos demais o que recebeu” (Page 27)
“Uma vez que vivemos tão preocupados com essas coisas, até onde tudo segue segundo nossos desejos, o Senhor tira de nós, pouco a pouco, tais coisas que monopolizam nossa atenção e, dessa forma, nos chama de volta a que meditemos sobre uma vida melhor. De fato, é preciso que nossa vida presente pereça, para que o homem interior se mantenha, pois quanto mais a vida terrena declina,68 mais a vida celestial avança – pelo menos nos crentes.” (Page 128)